Primeiro dia de aula

Hoje eu levei Maria de Lourdes para seu primeiro dia de aula. Com o coração apertado, andei até o colégio de mãos dadas com ela, era chegada a hora de a pequerrucha largar a barra da minha saia para conviver socialmente com outras crianças, mas... ela é tão pequetita! Será que vai gostar dos outros alunos? Será que vai saber conversar, interagir com eles? Como irá se comportar diante de novos rostos? Como reagirá à ausência do pai e da mãe?
Quando começamos a subir os degraus da escola, ela abriu um sorrisinho gostoso e seus olhos cintilaram com tanta novidade em volta. No Jardim- de- infância, apresentei-me para a tia Angélica, que seria a responsável pela turma de Maria de Lourdes. Enquanto conversava com a professora, percebi que minha filha é a desinibição em pessoa. Eu, ali, cheia de aflição e lágrimas nos olhos, morta de pena de entregá-la a uma desconhecida pelas próximas quatro horas, e ela já completamente enturmada com os coleguinhas, rindo, brincando e papeando como se os conhecesse há tempos e não há segundos. Fiquei orgulhosa, afinal, era um dia importante e ela estava se saindo muito bem. Despedi-me com uma bitoca. Achei que seria uma despedida de cinema, afinal, era a primeira vez que passaríamos tanto tempo longe. Mas foi uma despedida bem mixuruca. Depois de dar nela vários beijos apertados tentei prolongar o abraço o mais que pude, mas...
- Tá bom, mãe! Chega de beijo! A tia está chamando, tchau.
Num misto de emoção e surpresa, descobri que tenho uma filha muitíssimo sociável. Depois de me despedir, não resisti e fiquei escondidinha atrás de umas árvores, espiando sua adaptação, seu comportamento, vendo se ela choraria com saudade de casa... muitas crianças abriram o berreiro, mas não Maria de Lourdes. Parecia uma mocinha, muito educada, quietinha, independente e, fofura das fofuras, até consolou alguns colegas chorões.
 Desenvolta, natural, carismática... em pouco tempo a turma inteira estava ao seu redor. E eu, do meu canto escondido, assistia a tudo em silêncio, babando, cheia de orgulho, hipnotizada por aquela menininha simpática e encantadora, a minha filha. Ela não estava chorando, mas eu...

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