Capítulo 20

— Lola? — Cricket olha espantado. — O que você está fazendo aqui?
— Eu... — Agora que eu estou em pé diante de sua porta, minhas desculpas
parecem ridículas.
Hey, eu estava no bairro, então eu pensei em passar pra sair. Oh! E eu queria
pegar aquela pasta embaraçosa, que eu só emprestei a você porque você era bom
o suficiente para se oferecer para fazer algo que me permitisse dançar com outro
cara. — Eu vim para ver se você teve alguma idéia para os arcos. Eu estou... Um
pouco escassa de tempo.
Escassa de tempo? Eu nunca usei a falta de tempo numa frase antes.
Cricket ainda está em choque.
— Quer dizer, eu vim vê-lo, também. Claro.
— Bem. Você me encontrou. Oi.
— Tudo bem? — Uma menina levanta sua cabeça por trás dele.
Ela é mais alta que eu, e ela é magra. E ela tem cabelos dourados em ondas
naturais e um bronzeado brilhante que diz surfista em vez de uma laranja
artificial.
E ela parece totalmente chateada a me ver aqui.
Ela coloca a mão possessivamente em seu braço. Sua manga esta empurrada
para cima então sua pele nua está tocando a sua. Meu estômago despenca. — Ssinto
muito. Foi rude eu aparecer assim. Eu te vejo mais tarde, ok? — E então eu
estou andando a toda velocidade para o hall.
— LOLA!
Eu paro. E viro lentamente.
Ele parece desnorteado. — Aonde você vai?
— Eu não queria interromper. Eu estava na vizinhança, um, fazendo compras
e... E é claro que você está ocupado. — Pare de surtar. Ele pode namorar ou sair
com ou - oh Deus - dormir com quem ele quiser.
— Está chovendo? — A menina franze o cenho para as minhas
impermeáveis botas de chuva.
— Oh. Não. Elas combinam com meu vestido. — Eu abro o casaco para
expor um lindo vestido no mesmo tom de amarelo. Cricket assusta quando ele
nota a mão da menina. Ele desliza o olhar de seu alcance para o corredor.
— Esta é minha amiga Jessica. Nós estávamos trabalhando na nossa lição de
casa de física. Jess, essa é Lola. A... A que eu lhe falei.
Jessica não parece satisfeita com essa informação.
ELE CONTOU A ELA DE MIM.
— Então você veio para trabalhar no vestido? — Ele pergunta.
— Não é grande coisa. — Eu movo em direção a ele. — Podemos fazer isso
mais tarde.
— Não! Você está aqui. Você nunca está aqui. — Ele olha para Jessica. —Nós terminamos amanhã, ok?
— Certo. — Ela me atira um olhar de morte antes de sair furiosa.
Cricket não percebe. Ele abre a porta. — Entre. Como você me encontrou?
— St. Cla-OH.
— O quê? O que foi?
Duas camas. Ao lado de uma, um gráfico de constelação, uma tabela
periódica, e uma mesa cheia de papéis, fios e pequenos objetos de metal. Ao
lado da outra, mais mulheres nuas de fantasia, uma televisão gigante e diversos
jogos de consoles.
— Você tem um companheiro de quarto.
— Yeah. — Ele parece confuso.
— A, hum, foto, em sua porta me surpreendeu.
— NAO. Não. Eu prefiro minha mulher com... Menos animais carnívoros e
menos armas. — Ele faz uma pausa e sorri. — Pelada está bem. O que ela
precisa é de um golden retriever e de um telescópio. Talvez então ela
funcionasse pra mim.
Eu rio.
— Um esquilo e um béquer de laboratório?
— Um coelho e um cavalete.
— Só se o cavalete tiver equações matemáticas nele.
Finjo um desmaio sobre a sua cama. — Demais, demais! — Ele esta rindo,
mas ele para quando me olha dar a volta na cama. Ele parece com dor. Me
apoio em meus cotovelos. — Qual é o problema?
— Você está no meu quarto — ele diz calmamente. — Você não estava no
meu quarto a cinco minutos atrás e agora você esta.
Termino de levantar o resto do caminho, de repente, consciente tanto da
cama como de seu persistente aroma de barra de sabão e o doce óleo de
mecânica. Miro um espaço próximo à sua cabeça, mas sem chegar a ela. — Eu
não deveria ter interrompido desta maneira. Desculpe-me.
— Não. Estou feliz por você estar aqui.
Encontro a coragem para encontrar os seus olhos, mas ele não está olhando
mais pra mim. Ele pega algo em sua mesa. Esta cheia de torres de papel gráfico
e projetos parcialmente concluídos, mas há uma área que está livre de tudo.
Tudo, exceto a minha pasta de fichário. — Eu fiz alguns esboços neste fim de
semana na Pensilvânia...
— Oh, sim. — Olhei para o panfleto, foi realizada em Reading este ano. Eu
faço uma pergunta educada. — Como é que Calliope foi?
— Bom, muito bom. Em primeiro lugar.
— Ela quebrou sua medalha de segundo lugar?
Ele olha para cima. — O quê? Oh. Não. Ela sempre fica em primeiro lugar
nestas primeiras competições sazonais. Ninguém tira nada seu. — ele acrescentadistraidamente. Desde que ele não fica incomodado com a menção, entendo que
ele não sabe que nós falamos. Melhor manter dessa maneira. — Tudo bem —
ele diz. — Aqui está o que eu estava trabalhando.
Cricket senta ao meu lado na sua cama. Ele está em um modo profissional de
inventor cientista, então ele se esqueceu da sua auto-imposta regra de distância.
Ele pega algumas ilustrações que ele enfiou para dentro, e divaga sobre materiais
e circunferências e outras coisas que eu não estou pensando, porque tudo o que
vejo é o cuidado com que ele está segurando meu fichário em seu colo.
Como se fosse frágil. Como se fosse importante.
— Então o que você acha?
— Parece maravilhoso — eu digo. — Obrigado.
— Isso vai ser grande. Quero dizer, você queria grande, certo? Será que você
tem tecido suficiente?
Oops. Eu deveria ter prestado mais atenção. Eu estudo as dimensões.
Ele me entrega uma calculadora para que eu possa teclar meus números, e
eu estou surpresa com a quão perfeita ela é. —Yeah. Wow, inclusive tenho a
quantidade certa de tecido de reserva, apenas no caso.
— Eu vou coletar os materiais amanhã então eu posso começar neste fim de
semana na casa dos meus pais. Eu vou precisar... — Suas bochechas ficam rosa.
Eu sorrio. — Minhas medidas?
— Não todas elas — Agora vermelhas.
Escrevo o que necessita. — Eu não sou umas dessas garotas. Eu não me
importo.
— Não deveria. Você é perfeita, parece linda. As palavras pularam pra fora.
Ele tinha sido tão cuidadoso.
— Eu não deveria ter dito isso. — Cricket coloca de lado meu fichário e se
levanta com um pulo. Ele se move o mais longe possível de mim sem pisar no
lado do seu companheiro de quarto. — Eu sinto muito. — Ele esfrega a parte de
trás de sua cabeça e olha para fora da janela.
— Está tudo bem. Obrigado.
Estamos quietos. Está mais escuro lá fora.
— Você sabe. — Eu abotôo e desabotôo minha capa de chuva. — Nós
passamos muito tempo pedindo desculpa um ao outro. Talvez devêssemos parar.
Talvez precisamos nos esforçar mais para sermos amigos. Está tudo bem para os
amigos dizerem coisas como essa sem se sentir estranho.
Cricket se vira e olha para mim. — Ou aparecer de surpresa.
— Mas se você tivesse me dado o seu número, eu não precisava fazer isso.
Ele sorri, e eu pego meu celular e o atiro para ele. Ele me joga o seu.
Colocamos nossos números no celular um do outro. O ato parece oficial. Cricket
joga o meu de volta e diz: — Estou debaixo como 'Mulher Tigresa desnuda.
Eu rio. — Você está falando sério? Porque eu me listei como 'Lady Tigresadesnuda.
— Sério?
Eu rio mais ainda. — Não. Eu sou Lola.
— A única.
Caminho para dar seu telefone e o coloco na palma de sua mão aberta.
— Isso é um elogio muito bem vindo de você, Cricket Bell.
Suas sobrancelhas sobem lentamente em uma pergunta.
E então as luzes do quarto se acendem.
— Whoops. — Um cara da metade da altura de Cricket e duas vezes mais
largo joga um saco de Doritos Rancho frescos para a outra cama. — Desculpe
cara. —
Cricket pula para trás. — Este é o meu companheiro de quarto, Dustin. Dustin,
esta é Lola.
— Huh — Dustin diz. — Eu pensei que você fosse gay.
— Hum — Cricket diz.
— Você está sempre na cidade, e você ignora Heather sempre que ela
aparece.
Heather? Há outra?
— Acho que eu estava errado. — Dustin balança a cabeça e se encosta ao
lado de seus chips. — Ótimo. Agora eu não tenho mais que me preocupar sobre
você olhar para a minha bunda.
Eu fico tensa. — Como você sabe que ele estaria interessado em sua bunda?
Não é como se você se sentisse atraído por cada menina no mundo. Por que ele
iria ser atraído por cada menino?
— Whoa. — Dustin olha para Cricket. — Qual é o problema?
Cricket pega um casaco. — Devemos ir, Lola. Você provavelmente terá que
pegar o trem.
— Você não vem aqui? — Dustin me pergunta.
— Eu freqüento a escola na cidade. — Eu deslizo meu fichário na minha
bolsa.
Ele me olha de cima a baixo. — Um desses alunos de arte, huh?
— Não. Vou ao Harvey MilkMemorial.
— O que é isso?
— Uma escola secundaria — eu digo.
As sobrancelhas de Dustin vão para cima. Ele se vira para Cricket. — O que
disse é certo? — Sua voz esta tingida com aprecio e respeito.
— Tchau, Dustin. — Cricket mantém a porta aberta para mim.
— O QUE DISSE É CERTO? — Ele diz enquanto Cricket bate a porta atrás de
nós.
Cricket fecha os olhos. — Sinto muito.
— Hey. Não se desculpe. Especialmente por ele. — Nós vamos para fora, eeu estremeço. Não me pergunto por que Cricket vai para casa nos fins de
semana. — Além disso — eu continuo — Eu estou acostumada com isso. Eu
recebo coisas assim tooodo o...
Cricket parou de se mover.
—... Tempo. — Merda — Certo. Claro que você recebe. — Com um esforço
excruciante, ele se empurra através do fantasma de Max. Sempre presente.
Sempre nos assombrando.
— Então, o que o seu namorado esta fazendo esta noite?
— Eu não sei. Eu não falei com ele hoje.
— Você costuma falar com ele? Todos os dias?
— Sim — eu digo desconfortável. Eu estou perdendo Cricket. Seu corpo está
se movendo fisicamente longe do meu enquanto sua mente reconstrói a barreira
que construiu para nos proteger. — Você quer jantar ou algo assim? — eu deixo
escapar. Ele não responde. — Esqueça isso, eu tenho certeza que você tem coisas
para fazer. Ou o que seja.
— Não! — E então, com controle — jantar seria bom. Algum desejo
particular?
— Bem... Andy me deu dinheiro para pizza.
Cricket me leva através de seu campus, apontando para vários edifícios, tudo
grande e imenso e nomeado Algo-o-outro-Hall, onde ele tem aulas. Ele me conta
sobre seus professores e os outros alunos, e mais uma vez, eu estou
impressionada com o quão estranho é que ele tenha essa outra vida. Essa vida
que eu não faço parte.
Nós acabamos na Telegraph Avenue, a rua mais movimentada do centro de
Berkeley. É o lugar mais parecido de São Francisco por aqui, com suas lojas,
lojas de tatuagem, livrarias, lojas de CDs, e as importações do Nepal. Mas
também é invadida por vendedores ambulantes que vendem uma fabricação
mais barata: jóias feias, sapatos tingidos, arte ruim e a cara do Bob Marley em
tudo. Tivemos que caminhar através de um grupo de dança Hare Krishnas com
roupas de sorvetes coloridos e pratos de som no dedo, e quase me choquei com
um homem vestindo um chapéu de pele e uma capa. Que está cobrindo uma
pequena mesa de veludo para leituras de taro, ali mesmo na rua. Sinto-me
aliviada de que o desgosto de Norah por trajes significa que pelo menos ela não
se parece com esse cara.
Há sem-tetos em todos os lugares. Um homem mais velho com um rosto
endurecido pelo tempo aparece do nada, mancando e cambaleando diante de nós
como um zumbi. Eu instintivamente sacudo para trás e para longe.
— Hey — Cricket diz suavemente, e eu percebo que ele percebeu a minha
reação. É confortante saber que ele entende por quê. Saber que não vou ter que
explicar, e sei que ele não está me julgando por isso. Ele sorri. — Nós estamos
aqui.Dentro da Blondie, eu insisto em pagar com os 20 dólares de Andy. Sentamos
em uma bancada com vista para a rua e comemos uma fatia de pizza
vegetariana (para mim) e três de carne de pepperoni (para ele). Cricket toma um
gole de Coca-Cola de cereja. — Gentil de Andy nos dar dinheiro para jantar—
ele diz. — Mas por que pizza?
— Oh, a pizzaria estava no caminho — eu digo. Ele olha confuso. — No
caminho para casa de Lindsey. Eles acham que eu estou com Lindsey.
Cricket deixa de lado sua bebida. — Por favor, me diga que está brincando.
— Não. Foi mais fácil do que explicar a Andy... — Eu paro pouco a pouco,
sem ter certeza de qual é o resto da frase.
— Explicar que você queria sair comigo?
— Não. Bem, sim. Mas eu não acho que meus pais se importariam — Eu
adiciono rapidamente.
Ele está irritado. — Então por que não disse a eles? Jesus, Lola. E se alguma
coisa acontecesse com você? Ninguém saberia onde você estava!
— Eu disse a Lindsey eu estava aqui. — Bem, eu disse a ela depois. Eu
empurro o recipiente de queijo parmesão. — Você sabe, você está começando a
soar como meus pais.
Cricket abaixa a cabeça e passa suas mãos através de seu cabelo escuro.
Quando ele olha para cima novamente, se sobressai ainda mais alto e mais
agitado do que o habitual. Ele fica de pé. — Vamos.
— O quê?
— Você tem que ir para casa.
— Eu estou comendo. Você está comendo.
— Você não pode estar aqui, Lola. Eu tenho que te levar pra casa.
— Eu não acredito nisso. Você ta falando sério?
— SIM. Eu não vou ter isso no meu... Registro permanente.
— O que diabos isso significa?
— Isso significa que se seus pais descobrirem que você esteve aqui sem suas
permissões, eles não irão gostar muito de mim.
Agora eu estou de pé. Ele é quase um pé mais alto, mas eu tento fazê-lo se
sentir pequeno o quanto possível. — E por que você está tão preocupado sobre os
meus pais gostarem de você? É necessário lembrá-lo – DE NOVO - que eu tenho
um namorado?
As palavras são cruéis, e estou horrorizada logo que elas deixam a minha
boca. Os olhos azuis de Cricket ficam surpreendentemente zangados. — Então
por que você esta aqui?
Eu estou entrando em pânico. — Porque você se ofereceu para me ajudar.
— Eu estava ajudando-a, e então você simplesmente apareceu. No meu
quarto! Você sabia que eu estava voltando neste fim de semana...
— Você não voltou na semana passada!— E agora eu preciso de sua permissão para ir a algum lugar? Você gosta de
saber que eu estou lá... Suspirando por você?
Eu lanço minha fatia semi-acabada na lata de lixo e fujo. Como sempre, ele
está em meus calcanhares. Ele me agarra. — Lola espere. Eu não sei o que estou
dizendo, essa conversa está se movendo muito rápido. Vamos tentar de novo.
Eu arranco meu braço de sua mão e retomo a minha corrida em direção à
estação de trem. Ele está ao lado de cada passo. — Eu vou para casa Cricket.
Como você me disse.
— Por favor, não vá. — Ele está desesperado. — Não assim.
— Você não pode ter as duas coisas, você não entende? — Me sacudo um
pouco e giro. Refiro-me a mim mesma, não á Cricket.
— Estou tentando — ele diz. — Eu estou tentando tanto.
As palavras quebram meu coração. — Sim — eu digo. — Bem. Eu também.
Confusão.
E então... — Você está tentando? Você está tentando da mesma maneira que
eu? — Suas palavras saem correndo, tropeçando umas sobre a outras.
A vida seria muito mais fácil se eu pudesse dizer que eu não estou
interessada, que ele não tem chance comigo. Mas algo sobre o modo que Cricket
Bell está olhando para mim - como se nada importava para ele mais do que a
minha resposta - significa que eu só posso falar a verdade. — Eu não sei. Ok? Eu
olho para você, e eu penso em você, e... Eu não sei. Ninguém jamais me deixou
completamente confusa da maneira que você me deixa.
Seu rosto é uma difícil equação. — Então, o que isso quer dizer? — Isso
significa que estamos de volta onde começamos. E eu estou de volta na estação
de trem. Então, eu estou indo agora.
— Eu vou com você
— Não. Você não vai.
Cricket quer discutir. Ele quer ter certeza de que eu chegarei em casa com
segurança. Mas ele sabe que se ele vier comigo, ele vai atravessar uma linha que
eu não quero cruzar. Ele vai me perder.
Então ele diz adeus. E eu digo adeus.
E quando o trem se afasta, eu sinto que eu o perdi de novo de qualquer jeito.

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