Capítulo 5

Max sobe ao seu apartamento e pega sua camisa preta. Eu já estou vestida.
Hoje eu me sinto um morango. Coloquei um vestido vermelho estilo década de
cinqüenta, um colar longo de contas pretas e uma peruca verde escura com uma
fivela Louise Brooks. Meu namorado morde meu braço brincando e sinto seu
cheiro de suor e loção barata.
— Você esta bem? — ele pergunta. Ele pareceu não se importar muito com a
mordida.
Concordo com a cabeça. E digo em seguida — Vamos logo,quero burritos e
guacamole. — Eu não ia mencionar que eu também queria ir embora antes de
seu colega de quarto chegar.
Baterista meio doido estava voltando pra casa. Johnny é um cara decente,
mas às vezes me sinto meio deslocada quando os amigos de Max estão por perto.
Eu prefiro quando somos só nos dois.
Max pega sua carteira. — É isso aí, Lo-li-ta — ele canta.
Eu beijo seu ombro, e ele me dá a sua assinatura, um meio sorriso sugestivo.
Ele sabe que eu odeio esse apelido. Ninguém está autorizado a me chamar de
Lolita, nem mesmo meu namorado, nem em particular. Eu não gosto de homens
velhos e brutos. Max não é Humbert Humbert, e eu não sou sua ninfeta.
— Esse é o seu último aviso — eu digo. — E você ainda não comprou o meu
burrito.
— Guacamole extra. — Ele sela sua promessa com um beijo profundo
quando meu telefone toca. Andy.
Fiquei vermelha na hora. — Desculpe.
Ele se afasta frustrado, mas diz baixinho: — Tudo bem.
Digo a Andy que já estamos no restaurante, e que tínhamos ido a pé. Eu
tenho certeza que ele acreditou. O clima murchou e Max e eu resolvemos ir a
um restaurante a uma quadra de distancia.
Ele tem luzes verdes de plástico saguaro nas janelas e papagaios de papelmâché
pendurados no teto. Max vive no Mission, o bairro ao lado do meu, que
não tem escassez de restaurantes mexicanos surpreendentes.
O garçom nos traz chips de salgados e molho picante de salsa, digo a Max
sobre a escola, que começa em três dias. Estou muito certa sobre isso. Eu estou
pronta para o colégio, pronta para começar a minha carreira. Quero desenhar
figurinos para filmes e teatro. Algum dia eu vou andar nos tapetes vermelhos em
algo nunca visto antes, como Lizzy Gardiner quando ela recebeu o Oscar por
Priscilla, a Rainha do Deserto em um vestido feito de ouro e cartões de crédito.
Só que o meu será feito de algo novo e diferente.
Como tiras de imagens Photo Booth, ou cadeias de rosas brancas ou cartões
mexicanos de loteria. Ou talvez eu vá usar um grande par de botas de escalada
um chapéu de plumas. E eu vou subir ao palco com um sabre no meu cinto euma pistola pesada no meu coldre, e eu vou agradecer aos meus pais por me
mostrar como o vento funcionava quando eu tive a gripe na segunda série,
porque isso me ensinou tudo que eu precisava saber sobre saias rodadas.
Principalmente, que eu precisava de uma. E mal.
Max pergunta sobre a família Bell. Eu recuo. Seu nome é um choque elétrico.
— Você não os mencionou durante toda a semana. Você já viu... Calliope de
novo? —Ele faz uma pausa em seu nome. Ele está verificando a exatidão, mas,
por um momento selvagem, eu acho que ele sabe sobre Cricket.
O que seria impossível, sendo que eu ainda não disse a ele.
— Só através das janelas. — Eu traço a borda fria do meu refrigerante. —
Graças a Deus. Eu estou começando a acreditar que é possível viver ao lado e
não ser forçada a ter uma conversa real.
— Você não pode evitar os problemas para sempre. — Ele franze o cenho e
mexe em um de seus brincos. — Ninguém pode.
Eu caí na gargalhada. — Oh, isso é engraçado vindo de alguém cujo último
álbum teve três canções sobre a fugir.
Max dá um sorriso pequeno, divertido de volta. — Eu nunca disse que eu não
sou um hipócrita.
Eu não sei por que eu não contei a ele sobre Cricket. Eu ainda não encontrei
tempo. Eu não o vi de novo, mas eu ainda sou uma confusão de emoções sobre o
assunto.
Nosso encontro não foi tão ruim quanto poderia ter sido, mas foi...
Inquietante. Facilidade incomum de Cricket comparada a minha incaracterística
mal-estar combinada com o conhecimento que eu vou vê-lo novamente. Em
breve.
Ele nem sequer mencionou a última vez que nos vimos. Como se isso não
importasse. O mais provável, era que não o afetava. Passei tantas noites escuras
tentando esquecer Cricket. E ele havia se esquecido rapidamente de mim.
É demais para explicar a Max.
E eu não quero que ele pense que Cricket Bell significa algo para mim sem
ter certeza. Esse capítulo da minha vida acabou.
Acabou, ao contrário de minha conversa com Lindsey no dia seguinte, a
mesma que estou tendo agora. — Eu gosto de Max — eu digo. — Ele gosta de
mim. O que há de errado com isso?
— A lei — ela diz.
É a última sexta-feira das nossas férias de verão, e nós estamos espremidas
juntas na minha pequena varanda. Sou uma tinta spray em um par de thrift e
botas, ela é uma janela vitoriana lavanda. Lindsey suporta a minha relação na
sua maior parte do tempo, mas ela é implacável quando se trata de algo desse
nível.
— Ele é um cara bom — eu digo. — E nosso relacionamento é o que é.— Eu não estou dizendo que ele não é um bom rapaz, eu estou apenas
lembrando que poderia haver conseqüências por sair com ele. — Sua voz é
calma e racional, seus olhos fazem uma varredura rápida no bairro antes de
regressar a casa Bell.
Lindsey não pára de examinar seus arredores. É o que ela faz.
Minha melhor amiga é muito, racional. Ela veste roupa prática e mantém sua
aparência limpa. Ela é baixa, tem chaves, e tem o mesmo corte de cabelo desde
o dia que nos conhecemos. Na altura dos ombros pretos, franja arrumada. A
única coisa que pode parecer fora do lugar é o seu vestido, um lindo vestido
ChuckTay lors vermelho. Lindsey estava vestindo ele no dia em que ela tropeçou
em um suspeito que está sendo perseguido pela polícia na Rua do Mercado.
Eu ri. Às vezes é a única opção com ela. — Conseqüências. Como a
felicidade? Ou o amor? Você está certa, quem iria querer uma coisa dessas?
— Lá está ele — ela diz.
— Max? — Eu giro o meu vestido spray, quase pintando os tênis na minha
emoção.
— Cuidado, Ned. — Ela da um passo para o lado. — Nem todo mundo quer
sapatos da cor de um ônibus escolar.
Mas ela não está falando sobre meu namorado. Meu coração dispara quando
vejo Cricket Bell esperando para atravessar a rua.
— Oh, cara, você encostou na varanda.
— O quê? — um empurrão chama minha atenção de volta. Com certeza, há
uma mancha feia de amarelo ao lado do jornal que eu espalhei para proteger a
madeira. Eu peguei o pano molhado que eu trouxe de fora, para este mesmo fim,
e esfreguei. Eu gemi. — Nathan vai me matar.
— Ele já te perdoou por tingir o rejunte do banheiro de preto?
Quanto mais esfrego, mais a mancha cresce. — O que você acha?
Ela está olhando para Cricket novamente. — Por que você não me disse que
ele era assim...
— Como? — Eu perguntei. — Desejável?
—... Colorido.
Eu olho para cima. Cricket está caminhando pela rua, seus longos braços
balançando a cada passo. Ele está usando calças skinny com uma listra vermelha
abaixo a costura lateral.
Ela é um pouco curta propositalmente, posso dizer-expondo suas meias
vermelhas e sapatos pontudos. Seus movimentos tornam-se subitamente
exagerados, e ele cantarola uma melodia irreconhecível. Cricket Bell sabe que
ele tem uma platéia.
Há uma contração familiar em meu estômago.
— Ele está vindo — Lindsey diz. — O que você quer que eu faça? Chute suas
bolas? — Eu estou morrendo de vontade de chutá-lo nas bolas.— Nada — Eu chiei volta. — Eu vou lidar com isso.
— Como?
Eu tossi para ela quando ele saltou até as escadas com a facilidade de uma
gazela. —Lola! — Seu sorriso é de orelha a orelha. — Não esperava encontrar
você aqui.
— Engraçado isso. Ela está em sua varanda e tudo — Lindsey diz.
— Sua casa? — Cricket tropeça e volta a descer os degraus superiores
arregalando os olhos dramaticamente. — Todas elas parecem ser iguais.
Nós olhamos para ele.
— É bom ver você de novo, Lindsey — ele acrescenta, após um momento.
Agora há um toque de constrangimento genuíno. — Eu só vi seus pais no
restaurante.
— Huh — ela diz.
— O que você está fazendo aqui? — Eu deixo escapar.
— Eu moro aqui. Não aqui, aqui, mas há-aqui. — Ele aponta na porta ao lado.
— De vez em quando. Nos fins de semana. Bem, meus pais me disseram para eu
arrumar minha cama, de modo que eu tenho que ir.
— Eles fizeram. Eu os vi no seu quarto ontem — eu digo, sem querer. —
Ainda não há nenhuma cortina em sua janela — eu acrescento, não querendo
que ele pense que eu estava espiando seu quarto de propósito.
Ele mexe nas suas pulseiras rapidamente. — Agora, isso é uma vergonha.
Promete que não vai rir quando você me ver de cueca.
As sobrancelhas Lindsey levantam.
— Eu fico horrível sem roupa — ele continua. — Vestido, também, para ser
exato. Ou seminu. Só de meia, com o outro pé de fora. Apenas com um chapéu.
Sem chapéu. Você pode me parar a qualquer momento, você sabe. Sinta-se livre
para me dizer para calar a boca.
— Cale a boca, Cricket — eu digo.
— Obrigado. Será que você tingiu seu cabelo? Porque você não estava loira
na semana passada. Oh, é uma peruca, não é?
— Vós...
— Hey, sapatos legais. Eu nunca vi botas dessa cor antes. Exceto botas de
chuva, é claro, mas esses não são botas de chuva.
— Não.
A porta da frente se abre, e Andy aparece em um avental branco. Ele está
segurando uma enfarinhada colher de pau como se fosse uma extensão do seu
braço.
Cricket aparece de volta na varanda, estende seu tronco entre Lindsey e
aperta a mão do meu pai. — É bom ver o senhor de novo, Mr. Nolan. Como o
senhor está?
A boca de Lindsey se contrai, O que ele está fumando?Eu estou tão confusa quanto ela. Ele às vezes se parece com um grilo.
— Eu estou bem. — Andy olha para mim, tentando determinar se ele deve
jogá-lo ou não para fora de nossa propriedade. Eu dou o meu pai o menor
balanço da minha cabeça, e ele volta sua atenção para Cricket. O que,
francamente, seria impossível não fazer, considerando a pura energia que irradia
para fora dele. — E você? Ainda inventando objetos misteriosos e maravilhosos?
— Ah. — Cricket hesita. — Não há realmente um mercado para esse tipo de
coisa nos dias de hoje. Mas eu ouço você está abrindo uma loja de tortas de
sucesso?
Meu pai parece lisonjeado que a notícia se espalhou. — Eu estava prestes a
perguntar se as meninas gostariam de experimentar a minha nova torta. Gostaria
de uma fatia?
— Eu adoraria uma fatia. — E ele surge à frente de Andy, e o segue para
dentro.
O alpendre está silencioso. Viro-me para Lindsey. — O que aconteceu?
— Seu pai convidou o antigo amor de sua vida em para a torta.
— Yeah. Isso é o que eu pensava.
Estamos em silêncio por um momento.
— Ainda há tempo para uma desculpa — ela diz. — Nós não temos que ir lá.
Eu suspiro. — Não, nós realmente temos que ir.
— Ótimo. Porque esse cara merece uma observação. — E ela caminha
dentro.
Eu dou outra olhada para a mancha de tinta que já está seca. Crap. Eu pinto o
último lado dos meus sapatos, movo o projeto para não tropeçar e, entro de
cabeça para a tortura que me espera. Eles estão de pé em torno de uma das
mesas em nossa cozinha. Temos uma cozinha excepcionalmente grande para ao
nosso tipo de casa, porque os meus pais removeram da sala de jantar para
adicionar o espaço para os negócios de Andy. Todo mundo já tem um prato de
torta e um copo de leite.
— Inacreditável. — Cricket limpa as migalhas de seus lábios com os dedos
longos. —Eu nunca teria pensado colocar kiwi em uma torta.
Andy me vê parada na porta. — É melhor se apressar antes que ele coma a
torta toda. — Ele acena com a cabeça em direção ao seu convidado.
Externamente, o meu pai está controlado, mas eu posso dizer que por dentro ele
está feliz como uma criança. A rapidez com que muda de fidelidade sob a
influência de um elogio. Eu sorrio como se nada disso fosse um grande negócio.
Mas eu estou enlouquecendo. Cricket Bell. Na minha cozinha. Comendo torta de
kiwi. E então eu caminho para perto da mesa, e eu estou chocada novamente sua
altura extraordinária. Ele paira sobre mim.
Andy aponta o garfo na outra metade do bolo verde — Pega mais Cricket.
— Oh, não. Eu não posso. — Mas os seus olhos brilhantes sugerem ocontrário.
— Eu insisto. — Meu pai cutuca o prato para ele. — Nathan está sempre
reclamando que eu estou tentando lhe fazer engordar, por isso vai ser melhor se
ela acabar antes de ele chegar em casa.
Cricket se vira para mim com todo o seu corpo, cabeça, ombros, peito,
braços, pernas. Não há meios gestos com Cricket Bell. — Outra fatia?
Eu vou em direção à parte na minha frente, que eu ainda nem sequer
comecei a comer.
— Lindsey ? — Ele pergunta.
Ela balança a cabeça. — Eu vou acabar engordando, vindo aqui tantas vezes.
Por que ele está aqui? Ele não pode sair nomeio da semana, ele deve estar
no...? Quanto mais penso nisso, mais indignada eu fico. Como ele ousa aparecer e
espera que eu seja simpática? As pessoas não podem simplesmente fazer isso.
— Como está sua família? — Andy pergunta.
Cricket sorri. — Eles estão bem. Meus pais são os mesmos. Papai está um
pouco esgotado, mãe é um pouco entusiasmada. Mas eles estão bem. E Cal está
ocupada treinando, claro. É um grande ano com as Olimpíadas chegando. E
Aleck é casado agora.
— Ele ainda está compondo? — Andy pergunta. Alexander, ou Aleck como é
chamado pelo apelido de família, é irmão mais velho dos gêmeos. Ele já estava
em alta na escola, quando Calliope começou a treinar, de modo que ele escapou
a maior parte do drama familiar. Eu nunca o conheci bem, mas me lembro
vividamente dos concertos complicados que costumam deslizar através das
nossas paredes. Todos os Bells poderiam ser considerados prodígios em suas
áreas.
— Ele está dando aula. — Cricket confirma. — E ele teve seu primeiro filho
no ano passado.
— Menino ou menina? — Lindsey pergunta.
— Uma menina. Abigail.
— Tio... Cricket — eu digo.
Tanto Lindsey quanto Andy saltam um grunhido descontrolado, mas Andy
instantaneamente fica horrorizado por fazê-lo. Ele olha pra mim. — Lola.
— Não, está tudo bem — Cricket diz. — É completamente ridículo.
— Sinto muito — eu digo.
— Não, por favor. Não sinta. — Mas há um problema em sua voz, e ele diz
tão rapidamente que eu olho para ele com surpresa. Por um breve momento, os
nossos olho se encontram. Há um flash de dor, e ele se afasta. Ele não se
esqueceu.
Cricket de Bell se lembra de tudo.
Meu rosto arde. Sem pensar, eu empurro o meu prato. — Eu preciso... Me
preparar para o trabalho.— Vamos. — Lindsey agarra a minha mão. — Você vai se atrasar.
Andy olha para o calendário da Frida Kahlo na parede onde eu deixo minha
agenda. Ele franze a testa para a parede. — Você não anotou ele lá.
Lindsey já está me puxando para cima. — Eu estou cobrindo alguém! —
Digo.
— Eu deveria te buscar? — Ele grita.
Eu me inclino sobre o corrimão e olho para a cozinha. Cricket está olhando
para mim, com a sobrancelha franzida. Seu rosto equação difícil. Como se eu
fosse o problema, não ele. Eu rasgo o meu olhar. — Sim, no horário de sempre.
Obrigado, pai.
Lindsey e eu caminhamos o resto do caminho para o meu quarto. Ela
bloqueia a minha porta. — O que você vai fazer? — Sua voz é baixa e calma.
— Sobre Cricket?
Ela vai para debaixo da minha cama e tira o colete de poliéster. — Não.
Sobre o trabalho.
Eu procuro as peças restantes do meu uniforme, tentando não chorar. — Eu
vou para a casa do Max. Ele pode me levar para trabalho antes de Andy chega
lá.
— Okay. — Ela balança a cabeça. — Isso é um bom plano.
É a noite antes de a escola começar, e eu estou realmente trabalhando. Anna,
eu e seu namorado, é claro, estamos dentro da bilheteria. A principal bilheteria
do teatro, e é enorme. Mais oito bilheteria estão na parte de baixo de um teto 25
pés pilares esculpidos geométricas e estrelas. Pilares brancos gigantescos dão o
acabamento de madeira escura adicionando à opulência marcando o edifício
como um cinema original da década de 50. Sua primeira edição foi um hotel de
luxo, o segundo um showroom de automóveis usados.
Essa é uma noite lenta. Anna está escrevendo em um caderno surrado, com a
mão esquerda, enquanto St. Clair e eu argumentamos sobre o tamanho total da
bilheteria.
Ela só tem outro trabalho a tempo parcial, não remunerado, ele escreve
opiniões sobre filmes para o jornal a universidade. Uma vez que ela é um
calouro, eles estão apenas lhe dando filmes ruins. Mas ela não se importa. — É
divertido escrever um comentário se você odeia o filme — ele me disse antes. —
É fácil falar de coisas que odiamos, mas às vezes é difícil explicar exatamente
por que gostamos de alguma coisa.
— Eu sei que você gosta dele — St. Clair diz para mim, recostando-se na
cadeira. —Mas ele é muito velho para você.
Aqui vamos nós outra vez. — Max não é velho — eu digo. — Ele é apenas
alguns anos mais velho que você.
— Como eu disse. Muito velho.
— A idade não importa.Ele bufa. — Sim, talvez quando você for uma senhora de meia idade.
— Golfe — Anna prestativamente fala, sem olhar para cima de seu caderno.
— Pagar a hipoteca — ele diz.
— Compras em uma minivan.
— Com sacos de ar laterais.
— E porta-copos extras!
Eu ignoro o riso. — Você nem o conhece.
— Porque ele nunca vem aqui. Ele te deixa na rua — St. Clair diz.
Eu lanço as minhas mãos, que eu estive ocupada escrevendo com uma
caneta Bic. — Você tem alguma idéia de como é difícil estacionar na cidade?
— Eu só estou dizendo que se fosse Anna, eu gostaria de conhecer seus
colegas de trabalho. Saber onde está gastando seu tempo.
Eu olho para ele séria. — Obviamente.
— Obviamente. — Ele sorri.
Eu o encaro volta. — Arranje um emprego.
— Talvez eu vá.
Anna finalmente olha para cima. — Eu só vou acreditar quando ver. — Mas
ela está sorrindo para ele. Ela gira a banana de vidro em seu colar. — Oh, sua
mãe ligou. Ela queria saber se ainda estamos indo para o jantar amanhã.
Agora eles estão em seu próprio mundo de novo. Como se eles não se vissem
o suficiente todos os dias. Ele permanece em seu dormitório durante a semana, e
ela permanece em seu nos fins de semana. Apesar de eu não admitir que seu
relacionamento seja atraente. Espero que Max e eu compartilhemos algo
parecido algum dia. Na verdade, eu espero que Max e eu compartilhemos um
lugar algum dia — Oi! — St. Clair está falando comigo de novo. — Eu conheci o
seu amigo hoje.
— Lindsey? — Eu sentar-se reto.
— Não, seu vizinho. Cricket.
O teto ornamentado se inclina em curvas. — E como você sabe que Cricket
Bell foi o meu visinho?— Minha pergunta é estrangulada.
St. Clair dá de ombros. — Ele me disse.
Eu fico olhando para ele. E?
— Ele vive no primeiro andar, no meu dormitório. Estávamos conversando
na sala, e eu mencionei que eu estava vindo para encontrar Ana, e onde ela
trabalha.
Falando de sua namorada, e estou impressionada com uma pontada peculiar
de ciúmes. Será que Max informa as pessoas sobre mim?
— E ele disse que conhecia alguém que trabalhava aqui, também. Você.
Uma semana, e já não consigo escapar dele. É apenas a minha sorte que
Cricket mora ao lado da única pessoa que eu conheço em Berkeley. E como ele
sabe onde eu trabalho? Eu mencionei o teatro? Não. Eu tenho certeza que eu nãofiz. Ele deve ter perguntado Andy depois que eu saí.
— Ele me perguntou sobre você — St. Clair continua. — Cara legal.
— Huh — eu finalmente consigo falar.
— Há uma história por trás disso NE — Anna diz.
— Não há história — eu digo. — Definitivamente não é uma história.
Anna faz uma pausa em consideração antes de virar em direção a St. Clair.
— Você se importaria de ir até o café?
Ele levanta uma sobrancelha. Depois de um momento, ele diz: — Ah. Claro.
— Ele mergulha em um beijo de despedida, e, em seguida, ela vê a sua licença
de visitante antes de olhar para mim com um sorriso travesso.
Eu xingo. — Você vai apenas lhe contar mais tarde, quando vocês estiverem
sozinhos.
Seu sorriso se alarga. — Sim.
— Então, de jeito nenhum.
— Cara. — Anna desliza para o assento ao meu lado. — Você está morrendo
de vontade de falar.
Ela está certa. Eu falo.

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