Capítulo 23

Eu gosto de tentar coisas novas. Como quando eu fui vegetariana no meu
primeiro ano. Durou apenas três dias, porque eu estranhava o cheddar, mas eu
tentei. E eu estou constantemente experimentando chapéus nas lojas. Eles são o
único item que não posso fazer com que fique bem em mim, mas eu continuo
tentando, porque eu tenho certeza que um dia eu vou encontrar um adequado.
Talvez ele vá ser um vintage com falsas peônias, ou talvez ele vá ser um Stetson
atado com um lenço vermelho.
Eu vou encontrá-lo. Eu apenas tenho que continuar tentando.
Então, isso me irrita quando Lindsey sugere que eu não estou me esforçando
o suficiente para encontrar algo para enrolar meu cabelo. Meu cabelo falso. Ela
esta balanceando equações químicas enquanto eu pego emprestado o vapor
portátil de seus pais para curvar meu cabelo branco em ondas de tamanho
adequado. Mais tarde, eu pego cola em spray para minha peruca da Maria
Antonieta. Mas primeiro eu preciso enrolar os estúpidos cachos.
— Não tem nada maior? Ou menor? Aponto para os cilindros, canetas,
marcadores, artigos de vidro, mesmo um monóculo de espião de longo alcance,
que estava diante de mim. Nenhum deles é do tamanho certo.
Ela vira uma página de livro. — Não sei. É a sua peruca. Tente mais.
Eu procuro no quarto dela, mas eu sei que não vou encontrar nada. Seu quarto
é tão bem organizado que eu já teria visto se ela tivesse. As paredes de Lindsey
são pintadas com um estilo clássico de Nancy Drew com colunas amarelas. Sua
coleção completa dos livros está alinhada em filas entre as prateleiras superiores
da sua estante e abaixo delas, em ordem alfabética por autor, está títulos como A
maior espiã da História, detectando for Dummies, e O Mestre do combate à
criminalidade. Ao lado de sua cama está meticulosamente organizado um portarevista
com quatro anos de edições anteriores da Revista Inteligência Eye Spy e
uma dúzia de notas adesivas marcando artigos da lista de desejos.
Mas o quarto dela é desprovido de quaisquer outros objetos cilíndricos.
“E na próxima corrida da noite, o senador por Nova York, Joseph Wasserstein
ainda está lutando para segurar o seu lugar”, diz o jornalista toupee. É dia da
eleição, e desde que os LINS não tem TV a cabo, cada canal está preenchido
com coberturas chatas. A única razão que a televisão está ligada é para abafar o
som estridente da Sra. Lim que está escutando Neil Diamond. Ele é um cantor
pop super antigo que usa camisa de lantejoulas. Mesmo os brilhos não são
suficientes para me influenciar, embora eu nunca diria isso a ela. Quando ela não
está cozinhando churrasco coreano assassino no restaurante, ela escreve em
blogs para a seu segundo maior fan clube.
Eu aponto para o jornalista. — Aposto que esse cara poderia me ajudar. Será
que ele pensa seriamente que o tapete em sua cabeça parece real? A imagem
muda para um vídeo do senador Wasserstein e sua família esperando ascontagens finais. Sua esposa tem o cabelo perfeitamente penteado e aquele
sorriso político, mas seu filho adolescente parece desconfortável e fora do lugar.
Ele é realmente bonitinho. Eu digo isso, e Lindsey olha para a tela.
— Deus. Você é tão previsível.
— O quê?
— Ele parece infeliz. Você só gosta de caras que parecem putos.
— Isso não é verdade. Eu desligo a televisão, e as vibrações de Neil treme o
chão.
Lindsey ri. — Sim, mas Max não é conhecido pelo seu sorriso encantador.
Franzo a testa. Dois domingos se passaram, e nós não tivemos nenhum
almoço. Max me ligou na manhã após o Halloween e me disse que não seria
possível vir neste domingo, nem nos seguintes. Eu não posso culpá-lo por estar
cansado da minha família. Eu disse aos meus pais que ele tinha mais shows
agendados, e eles ainda estão muito esgotados com Norah para saber mais.
Sinceramente, espero que os meus pais apenas esqueçam que o almoço foi um
requisito.
Tenho visto Max em ocasiões estranhas: antes de um turno do fim de semana
no teatro, durante uma pausa para comer, e uma vez em seu apartamento depois
da escola. Meus pais pensaram que eu estava na casa da Lindsey. Mas eu
também vi Cricket muitas vezes. Ele só levou mais uma noite para terminar o
vestido, além de uma tarde em minha casa com os acessórios finais. É
gigantesco e surpreendente. É como usar a estrutura de um arranha-céu na
horizontal. E eu terminei a armação, assim que agora eu estou trabalhando na
melhor parte: O vestido em si. Cricket me ajudou a medir e cortar o tecido.
Acontece que ele é útil não só por causa de sua matemática e ciências, mas ele
também sabe um pouco sobre a costura de fantasias porque as de Calliope estão
em constante necessidade de reparações.
Eu só tinha me encontrado mais uma vez com Calliope, outro encontro antes
da escola, embora este fosse acidental. Ela realmente tropeçou em mim quando
estava saindo de casa e não me viu chegando. Pelo menos, eu acho que foi
acidental.
— Você simplesmente não consegue ficar longe, não é? Ela resmungou,
antes de correr para longe.
— Eu moro aqui! Eu disse, esfregando meu braço machucado.
Ela me ignorou.
Mas desde que Cricket e eu estamos muito ocupados com meu projeto, tem
sido mais fácil sermos amigos. Houve apenas um momento estranho, quando ele
veio pela primeira vez. Eu não tinha pensado em limpar meu quarto, e havia um
sutiã rosa Pink, jogado no chão. Ele ficou do mesmo tom quando viu.
Para ser justa, eu também.
Espere um segundo.
Eu sei exatamente o que eu preciso para enrolar a minha peruca.— Eu volto já, digo a Lindsey, e eu apareço lá embaixo, onde a Sra. Lim está
no computador da família. Eu levanto minha voz acima de Neil.
— Onde você guarda a vassoura? Então eu acrescento — eu não quebrei
nada. — Ali. Ela faz um gesto distraído para o armário do corredor. — Olha que
ridículo, ele está dizendo Way ne Newton é melhor do que Neil Diamond. Você
acredita?
— Totalmente ridículo. Eu pego a vassoura. Ela realmente se parece com a
que Cricket usou para pegar meu fichário.
Eu corro lá em cima e empurro o cabo até Lindsey. — Aha! A
circunferência perfeita.
Ela sorri. — E muito espaço para vaporizarmos muitas mechas de uma vez.
Muito bom.
— Você vai ajudar?
— Claro. Graças a Deus que ela vai, porque acaba por ser um horrível e
demorado trabalho. — Você tem sorte que eu amo você, Lola.
Outra mecha desliza para o tapete antes de ondular, e eu abafo um grito. Ela
ri de uma forma, inconsciente e cansada, e isso me faz rir, também.
— Esta é realmente uma das piores idéias que eu já tive — digo.
— Não é uma dos piores. A pior. — Sua mecha desliza para o chão. — AHH!
— Ela diz, e caímos de tanto rir. – espero que Cricket esteja certo, que a beleza
vá valer a pena o esforço.
É como ser atropelada por um trem. — Quando ele disse isso?
O sorriso de Lindsey desaparece. — Oh. Um. Domingo à tarde.
— Domingo? Neste último domingo? Você falou com Cricket no domingo?
Ela mantém os olhos em uma nova mecha de cabelos brancos. — Sim, um,
nós saímos.
Eu largo a vassoura. — O QUÊ?
— Não dessa forma, ela diz rapidamente. — Quero dizer, nós saímos em um
grupo. Como os amigos.
Meu cérebro está congelando e estralando. – Qual grupo? Quem?
— Ele ligou para ver se eu queria ir jogar boliche com ele e Calíope. E... Com
Charlie. Você estava no trabalho, então você estava ocupada. É por isso que não
perguntei.
Eu perdi a capacidade de falar. Ela levanta o meu lado da vassoura e coloca
minha mecha nela. Ainda estou aturdida. — Eu disse a eles sobre Charlie no
Scare Francisco, depois que você saiu com Max — ela continua. — Eu não sei
por quê. Simplesmente saiu. Talvez estivesse chateada por você estar com Max
novamente, e eu estava sozinha.
Culpa. Culpa, culpa, culpa.
— De qualquer forma, Cricket pensou que seria uma boa idéia se saíssemos
com Charlie como amigos em primeiro lugar, em um grupo. Você sabe. Para
tornar mais fácil.Aquela era minha idéia. MINHA!
— Então nós fomos jogar boliche, e... Tivemos um momento divertido.
Eu não sei o que dói mais: que ela não tenha mencionado isso até agora, que
ela saiu com Cricket sem mim ou que ela saiu com Calliope, ou que Cricket saiu
com a mesma idéia brilhante que eu e tenha levado o crédito por isso.
Ok, então minha idéia era um encontro duplo, e, obviamente, Cricket não está
saindo com sua irmã. MAS AINDA ASSIM. Parece ter funcionado. E eu não
estava lá. E supõe que eu sou sua melhor amiga
— Oh. Isso é... Isso é ótimo, Lindsey... — Sinto muito. Eu devia ter lhe
contado antes. Mas eu não sei como você se sentiria sobre eu sair com os
gêmeos, e eu realmente queria ir. E você estava ocupada. Você tem estado
muito ocupada nos últimos meses.
Desde que você conheceu Max. Ela poderia muito bem ter dito isso. Eu olho
de novo para meu trabalho.
— Não, eu estou feliz que você foi. Estou feliz que você teve um bom
momento com Charlie.
Metade disto é verdade.
— Tive um bom tempo com os gêmeos, também, ela diz com cautela. —
Uma vez que Calliope relaxa, ela é meio divertida. Ela está sob uma quantidade
insana de pressão.
— Hmph. Me disseram isso.
— Honestamente, Lo, eu não acho que ela seja a garota cruel que ela já foi.
Ela é apenas protetora.
Eu a encaro. — Seu irmão está na faculdade. Eu acho que ele sabe se cuidar.
— E ele fala o que pensa agora. No entanto, raramente o faz — ela
acrescenta. — Você sabe que ele nunca te machucou de propósito. E quando
você não está por perto, ele faz uma centena de perguntas sobre você. Sobre
Max, também. Ele gosta de você. Ele sempre gostou de você, lembra?
Eu paro de vaporizar os cachos.
— E eu não quero que você morda minha cabeça por dizer isso, ela diz
rapidamente — mas está bem claro que você gosta do Cricket Bell também.
É como algo estivesse preso na minha garganta. Eu engulo. — E por que você
acha disso? Ela toma o vaporizador de mim. — Porque qualquer pessoa com o
poder de observação pode ver que você ainda está louca por ele.
Estou arrumando a mesa do jantar, quando eu descubro um recorte de jornal
dobrado sob o canto da minha esteirinha. Andy ataca novamente. É um artigo
sobre um aumento de doenças sexualmente transmissíveis entre os adolescentes.
Enfio-o na lixeira. Os meus pais sabem que eu estou fazendo sexo?
Eu sei que Max dormiu com muitas meninas, muitas mulheres antes de mim.
Mas ele fez testes. Ele está limpo. Ainda assim, essas mulheres misteriosas me
assombram. Imagino Max em cantos de bares escuros, em seu apartamento, emcamas de toda a cidade com uma súcubo fascinante, intoxicado e apaixonado.
Max me garante que a verdade é muito menos emocionante. Eu quase acredito
nele.
Não ajuda que hoje à noite, uma noite eu tenho de folga do trabalho, e o
Amphetamy ne tem um show no Honey Pot, um clube burlesco onde não sou
velha o suficiente para entrar. Estou tentando não deixar isso me incomodar. Eu
sei que o burlesco é uma arte, mas me faz sentir desconfortável. Me faz sentir
jovem. Eu odeio me sentir jovem.
Mas há muitas coisas que me preocupam hoje à noite.
É sexta-feira. Será Cricket voltou para casa neste fim de semana?
As palavras de Lindsey formam loop dentro da minha cabeça durante toda a
semana. Como é possível que me sinta desse jeito? Estar interessada em Cricket e
ainda estar preocupada com a minha relação com Max? Eu quero que as coisas
fiquem bem com meu namorado, de verdade. Se supõe que seja simples. Eu não
quero outra complicação. Eu não quero estar interessada em Cricket.
Durante o jantar, Andy e Nathan troca olhares preocupados sobre o pastel
vegetariano. — Alguma coisa errada, Lo? Andy finalmente pergunta. — Você
parece distraída.
Eu tiro meus olhos da janela da nossa cozinha, a partir do qual apenas posso
ver varanda da frente da família de Bell. — Huh? Sim. Tudo bem.
Meus pais me olham desconfiados enquanto Norah entra e se senta à mesa.
— Essa era Crisântemo Bean, aquela com a voz de pato. Ela virá amanhã
cedo para uma leitura antes de comprar sua revista semanal.
Nathan estremece e mói mais pimenta em cima do seu pastel. E tritura. E
tritura.
Andy se move em seu assento. Ele sempre reclama que Nathan arruína suas
refeições adicionando muita pimenta.
— Cristo. Pare com isso, você pode? Norah diz para seu irmão. — Você está
aumentando a sua pressão arterial. Você está aumentando a minha pressão
arterial.
— Está tudo bem, Andy diz bruscamente. Mesmo que eu possa ver o que o
está matando.
Nós não tivemos uma refeição tranqüila desde que ela – desde que seus
clientes, dos quais nenhum deles deveriam gastar suas finanças limitadas com
leituras de folhas de chá ou loteria chegaram. Eu me viro a tempo de ver uma
figura magricela subindo os degraus ao lado. E eu me levanto tão rápido que todo
mundo para a discussão para ver o que me distraiu. Cricket procura em seus
bolsos sua chave de casa. Suas calças estão mais apertadas do que o habitual. E
no momento em que percebo isso é o mesmo momento que eu sou golpeada pela
verdade dos meus sentimentos.
Luxuria.Ele encontra sua chave, assim que a porta da frente se abre. Calliope o deixa
entrar. Eu afundo de volta em minha cadeira. Eu nem percebi que estava
parcialmente levantada fora dela.
Andy pigarreia. — Cricket parece estar bem.
Meu rosto fica em chamas.
— Eu me pergunto se ele tem uma namorada? Ele pergunta. — Você sabe?
— Não, eu murmuro.
Nathan ri. — Eu me lembro quando vocês dois saiam para se encontrarem
acidentalmente um na caminhada do outro.
Andy corta Nathan com uma olhada rápida, e Nathan fecha a boca. Norah
sorri. Então é verdade, a nossa paixão embaraçosa era óbvio para todos.
Fantástico.
Eu estou. — Vou lá pra cima. Eu tenho tarefas de casa.
— Em uma noite de sexta-feira? Andy pergunta quando Nathan diz: — Os
pratos em primeiro lugar.
Eu levo meus pratos para a pia. Será Cricket vai jantar com sua família ou irá
direto para seu quarto? Eu estou esfregando os pratos tão forte que me corto com
uma faca. Assobio sob minha respiração.
— Você está bem? Todos os três perguntar ao mesmo tempo.
— Eu me cortei. Não é ruim, apesar de tudo.
— Tenha cuidado — Nathan diz.
Os pais são excelentes para afirmar o óbvio. Mas eu diminuo o ritmo e
termino sem mais incidentes. A máquina é desligada enquanto corro lá em cima
e explodo no meu quarto. Meus ombros cedem. Sua luz está apagada.
Calma, é apenas o Cricket.
Me mantenho ocupada costurando pregas em meu vestido de Maria
Antonieta. Vinte minutos passam. Trinta, quarenta, cinqüenta, sessenta.
O que ele está fazendo?
As luzes estão no andar de baixo, então até onde eu sei, toda a família pode
estar reunida em frente da televisão assistindo a oito horas de... Alguma coisa.
Qualquer que seja. Não consigo me concentrar, e agora eu estou com raiva.
Raiva de Cricket por não estar aqui e com raiva de mim mesma por me
importar. Eu lavo a minha maquiagem, removo minhas lentes de contato, ponho
meu pijama – preocupando em fechar minhas cortinas primeiro - e me meto na
cama.
O relógio diz 09h37min. Banda de Max ainda nem começou a tocar.
Justo quando eu pensei que não poderia me sentir como uma grande
perdedora.
Dou voltas na cama enquanto imagens piscam em minha mente: Cricket,
Max, dançarinas burlescas sentadas em conchas. Eu finalmente estou à deriva
em um sono agitado quando há um plink fraco contra a minha janela. Meus olhosse abrem. Será que eu sonhei?
Plink, minha janela diz de novo.
Eu pulo da cama e puxo de lado as minhas cortinas. Cricket Bell está sentado
em sua janela, com os pés balançando contra sua casa. Há algo pequeno em
uma mão e a outra está posicionada para jogar outra coisa. Eu abro minha janela
e milhares de emoções engarrafadas explodem dentro de mim com a visão
completa dele.
Eu gosto de Cricket. Assim.
Mais uma vez.
Ele abaixa a mão. — Eu não tinha pedrinhas.
Meu coração está preso na minha garganta. Eu engulo. — O que você estava
jogando? Eu pressiono os olhos, mas não posso adivinhar.
— Coloque seus óculos e veja.
Quando volto, ele segura alto. Ele está sorrindo.
Eu sorrio de volta, consciente de mim mesma. — O que você está fazendo
com uma caixa de palitos de dente?
— Fazendo uma festa de cubinhos de queijo, diz ele com uma cara séria. —
Por que sua luz está apagada?
— Eu estava dormindo.
— Não é nem 10: 30. Suas pernas param de balançar. — Sem data quente?
Eu não quero ir para lá.
— Sabe — eu aponto para as pernas — se você as esticasse, eu aposto que
elas poderiam tocar minha casa.
Ele tenta. Elas caem a poucos metros antes, e eu voltar a sorrir.
— Elas pareciam ser suficientes.
— Ah, sim. Cricket e suas monstruosas pernas longas. Seu corpo
monstruosamente longo.
Eu rio, e seus olhos cintilam. — Nossas casas só precisavam estar mais
próximas, eu digo. — Suas proporções são perfeitas. Ele libera as pernas e me
olha com cuidado. O momento dura tanto tempo que eu tenho que desviar o
olhar. Uma vez Cricket disse que meu corpo estava perfeito também. Fico
corada com a memória e por revelar algo sem querer. Por fim, ele fala.
— Isso não está funcionando para mim. Ele joga as pernas dentro e
desaparece em seu quarto, fora da vista.
Eu estou assustada. — Cricket?
Eu o escuto sussurrando ao redor.
— Cinco minutos. Faça uma pausa no banheiro ou algo assim.
Não é uma má idéia. Eu não tenho certeza o quanto ele pode me ver na
escuridão, mas um pouco de maquiagem não faria mal. Estou levantando a
pincel do rímel até meus cílios quando me surpreendo com... Isso não é
inteligente. Aplicando maquiagem. Para quem não é meu namorado. Eucontento com apenas com um brilho labial sabor uma cereja, mas tão logo o
cheiro me bate, eu fico tremendo.
Cereja aromatizada. Folhas de chá. Primeiro amor.
Volto para o meu quarto, limpando o brilho na minha mão, quando há um
ruído contra a minha janela. E então eu vejo que ele está prestes a fazer. — Oh
Deus!
— Não, Cricket, não!
— suportará meu peso. Basta agarrar esse lado, ok? Apenas no caso?
Aperto-o bem. Ele tirou uma de suas prateleiras do armário, o tipo de
madeira grossa que é revestida com um plástico branco, e ele está usando isso
como uma ponte entre os nossos quartos.
— Cuidado! Eu grito muito alto, e a ponte treme.
Mas ele sorri. — Está tudo bem. Eu consigo fazer isso. E ele faz. Cricket se
empurra rapidamente, a direita de onde eu estou segurando-o. Seu rosto fica
contra o meu. — Você pode soltar agora, ele sussurra.
Minhas mãos pulsam por agarrar com tanta força. Dou um passo para trás,
lhe permitindo espaço para entrar. Ele desliza para baixo e suas pernas roçam
contra as minhas. Meu corpo sacode. É a primeira vez que nos tocamos em anos.
Ele é tão alto que seu coração bate em meu rosto.
Seu coração.
Eu vacilo para trás. — O que você estava pensando?
Eu assobio, sentindo todos os tipos de ansiedade. — Você poderia ter caído e
quebrado o seu pescoço.
— Eu pensei que seria mais fácil de falar cara-a-cara. Ele mantém a voz
baixa.
— Nós poderíamos ter nos encontrado na calçada, ir para outro passeio.
Ele hesita. — Devo voltar?
— Não! Eu quero dizer... Não. Você já está aqui.
Uma batida na minha porta nos assusta e nos separamos.
— Lola? Nathan diz. — Ouvi um estrondo. Você está bem?
Meus olhos arregalam em pânico. Meus pais vão me matar se encontrar um
menino inesperado no meu quarto. Mesmo que seja Cricket! Eu o empurro no
chão atrás da minha cama, onde ele não pode ser visto a partir da minha porta.
Eu pulo e rezo para Nathan não questione o som das molas.
— Eu caí da cama, eu digo grogue. Eu estava exausta. Eu estava tendo um
pesadelo. — Um pesadelo? A porta se abre, e Nathan, espreita a sua cabeça para
dentro — Tem um longo tempo desde que você teve um desses. Você quer falar
sobre isso?
— Não, era... Estúpido. O wolverine estava me perseguindo. Ou um
lobisomem. Eu não sei você sabe como são os sonhos. Eu estou bem agora. —
Por favoooor vai embora. Mas meu pai está lá, o mais provável é que ele é vejaa ponte.
— Você tem certeza que está bem? Você estava tão distante no jantar, e
então você se corta.
— Eu estou bem, pai. Boa noite.
Ele faz uma pausa e, em seguida, se despede, começa a fechar a porta. —
Boa noite. Eu te amo.
— Te amo, também.
E ele está quase lá, quando... — Por que você está usando seus óculos na
cama?
— Eu-eu estou? — Eu fungo e apalpo meu rosto. — Oh. Uau. Eu devia estar
mais cansada do que eu pensava.
Nathan franze a testa. — Estou preocupado com você, Lo. Você não está à
mesma ultimamente.
Eu realmente não quero ter essa conversa na frente de Cricket. – Pai.
— É Norah? Sei que as coisas não têm sido fáceis desde que ela chegou aqui,
mas...
— Eu estou bem, pai. Boa noite.
— É Max? Ou Cricket? Você ficou estranha quando você o viu esta noite, e eu
não queria envergonhá-la quando eu disse...
— Boa noite, papai.
Por favor, parar de falar. Ele suspira. — Ok, Lola-doodle. Mas tira os óculos.
Eu não quero que você os esmague. Eu os deixo na minha mesa de cabeceira, e
ele sai. Cricket espera até que os passos cheguem ao andar de abaixo. Sua cabeça
aparece ao lado da minha própria, e embora eu saiba que ele está lá, isso me faz
saltar.
— Meu pai estava falando... Eu luto por uma resposta não incriminadora. —
Eu vi você chegar em casa, e era ao mesmo tempo Norah estava nos contando
sobre esse cliente horrível. Devo ter feito uma cara terrível.
Eu me odeio.
Ele fica quieto.
— Então... E agora? Eu pergunto.
Cricket fica distante de mim. Ele inclina as costas contra o lado da minha
cama. — Se você quer que eu vá, eu vou.
Tristeza. Desejo. Uma dor dentro de mim tão forte que eu não sei como
acreditei que ela alguma vez já tinha ido embora. Eu fico olhando para a parte
traseira de sua cabeça, e é como se o oxigênio tivesse desaparecido do meu
quarto. Meu coração se afundou em água. Eu estou me afogando.
— Não, eu sussurro finalmente. — Você acabou de chegar aqui.
Eu quero tocá-lo novamente. Eu tenho que tocá-lo novamente. Se eu não
tocá-lo de novo, eu vou morrer. Eu alcanço seu cabelo. Ele nem vai perceber.
Mas, quando meus dedos estão prestes a fazer contato, ele se vira.E empurra a cabeça para trás, quando eu quase pico seu olho.
— Desculpe! Sinto muito! Eu sussurro.
— O que você está fazendo? Mas ele sorri enquanto trata de pegar a minha
mão. Eu agarro os seus dedos, e então – exatamente assim – os estou segurando.
Minha mão está em volta do seu dedo indicador. Mas ele faz círculos no arco-íris
do Band-Aid.
— Quando você se cortou?
— Não foi nada. Eu o deixo ir, auto consciente de novo. — Eu estava lavando
os pratos.
Ele observa girando as minhas mãos. — Unhas geniais, ele finalmente diz.
Elas estão pretas com uma listra rosa no centro de cada unha. E então. . . Eu
sei como eu posso tocá-lo. — Hey. Deixa-me pintar as suas. Eu já estou
levantando e pegando meu esmalte azul favorito. De alguma forma, eu sei que
ele não vai protestar.
Eu o levo ao chão, onde ele ainda está encostado a minha cama. Ele senta-se
em linha reta. — Será que isto vai doer? Ele pergunta.
— Dificilmente. Eu agito o frasco. — Mas tente manter seus gritos baixos, eu
não quero Nathan volte.
Cricket sorri quando eu chego com meu livro de química. — Coloque isso em
seu colo, eu vou precisar de uma superfície firme. Agora coloque suas mãos
sobre ele. — Estamos perto um do outro, muito mais do que estávamos enquanto
trabalhávamos no meu vestido. — Eu vou pegar sua mão esquerda agora.
Ele engole. — Ok.
Cricket a sustenta levemente. Esta noite o dorso da sua mão tem uma estrela
desenhada nela. Eu me pergunto o que significa enquanto eu deslizo minha mão
por baixo dos seus dedos.
As contrações musculares da sua mão são violentas. — Você vai ter que
segurá-la firme, eu digo. Mas eu estou sorrindo. Estamos em contato. Eu pinto as
suas unhas de um azul da noite clara a luz da lua. Os nossos apertos relaxam
enquanto me concentro em meu trabalho. Movimentos lentos, cuidadosos. Nós
não falamos. Minha pele e sua pele. Apenas um livro entre minhas mãos e seu
colo. Eu o sinto me observando todo o tempo - não minhas mãos, mas sim meu
rosto - e seu olhar queima como o sol da África.
Quando eu termino, levanto os meus olhos para o seu. Ele me olha de volta. A
lua se move no céu. Seus raios batem em seus cílios, e estou admirada de novo
que estou sozinha, no escuro, com um menino que uma vez quebrou meu
coração. Que me beijaria, se eu não tivesse um namorado. Quem eu gostaria de
beijar, se eu não tivesse um namorado.
Quem eu quero beijar de qualquer maneira.
Eu mordo meu lábio inferior. Ele está hipnotizado. Eu me inclino para frente,
movendo as curvas do meu corpo para as sombras do seu corpo. O ar entre nós éfisicamente quente, tão doloroso. Ele olha para baixo até minha camisa. Está
muito, muito perto de sua linha de visão.
Eu separo meus lábios.
E então ele está atordoado. — Eu quero — ele grasna. — Você sabe que eu
quero.
Ele pula para a ponte saindo do meu quarto. Cricket de Bell não olha para trás,
assim ele não vê as lágrimas derramando pelo meu rosto. A única coisa que ele
deixa para trás é uma mancha de esmalte azul na minha janela.

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